Pode Crê

EUA x Brasil: Qual País É a Sua Cara?

Clecio Almeida Season 1 Episode 14

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Quem olha para o trânsito, o tamanho do café e a letra do parabéns está, na verdade, olhando para valores. Eu comparo Brasil e Estados Unidos a partir do que mais revela uma cultura: as regras que ninguém lê, mas todo mundo sente. Da fila preferencial ao pedestre respeitado, do café da tarde ao brunch, da gorjeta que paga salário às licenças para reformar o banheiro, abrimos a lente para entender por que hábitos cotidianos parecem tão naturais de um lado e tão estranhos do outro.

Caminhamos por temas práticos que mexem com a vida real: transporte público mais capilar no Brasil versus dependência do carro nas cidades americanas; o peso cultural de asilos e nursing homes e como o cuidado vira escolha ou estigma; funerais rápidos ou planejados com antecedência para reunir a família; cumprimentos com beijo e com aperto de mão; pontualidade rígida e a elasticidade da hora social; o choque das porções gigantes, do “baby size” no sorvete e do “balde” de café. Falamos também da política de devoluções nos EUA, que aposta na confiança, e de como o varejo equilibra generosidade e prevenção a abusos. E, quando o assunto é cidadania, contrastamos a urna eletrônica brasileira com a cédula de papel americana, abordando transparência, tradição e auditabilidade.

No fim, celebramos o que nos une: o desejo de dignidade, segurança e encontro. A versão brasileira do parabéns — com “é big”, “ra-tim-bum” e o primeiro pedaço de bolo — encontra a objetividade americana e mostra que rituais diferentes podem servir ao mesmo propósito: criar laços. Ouça, compare com sua experiência e conte quais hábitos você manteria ou trocaria. Se curtir, compartilhe com um amigo, siga no app de podcasts e deixe sua avaliação — sua opinião ajuda essa conversa a chegar mais longe.

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Speaker 1:

Olá, tudo bem com vocês, pessoal. Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso podcast, agora com uma novidade. Você pode nos acessar através do nosso website classiopodcastcom. Classiopodcastcom. De lá você poderá escolher qual plataforma você quer nos seguir. São mais de 10 plataformas. Aguardo vocês lá. Bem, vamos agora ao assunto do nosso podcast dessa semana. Hoje quero falar sobre as diferenças culturais entre Brasil e Estados Unidos, porque eu passei metade da minha vida no Brasil e metade aqui nos Estados Unidos. Quero falar um pouquinho das diferenças das culturas entre um país e outro que eu percebi nesses anos. Aqui no seu, pode Crer. Antes de qualquer coisa, sei que há exceções em todos os casos. Antes de qualquer coisa, sei que há exceções em todos os casos. Portanto, quando eu mencionar uma diferença, sei que alguém poderá recorrer à exceção do caso, mas sempre vou me apegar à regra de um modo geral. Posso dar um exemplo Escolas públicas americanas não exigem que seus alunos usem uniformes, mas existem algumas que exigem De um modo geral. Não se usa uniforme como no Brasil. Só para vocês saberem que eu estou consciente das exceções. Tá bom, vamos lá. Vamos à primeira diferença cultural que eu percebi Fila preferencial Não existe aqui nos Estados Unidos. Por cordialidade, você pode até deixar alguém passar na sua frente, mas não é obrigado, ao contrário de que no Brasil existe uma lei em que gestantes, idosos, obesos, pessoas com crianças no colo, mulheres que amamentam e pessoas com deficiências, claro elas podem passar na frente sem pedir licença. Eu estava numa farmácia lá no Brasil, aí de repente uma senhora entrou na minha frente sem cerimônia para ser atendida na minha frente. Ela nem pediu licença, ela usou sem hesitar o direito que ela tinha. Claro, eu fiquei sem reação, mas de qualquer maneira, sendo lei ou não, sendo mais velha, ela com certeza teria preferência comigo. Pode usar esse direito sem ser constrangida. Pedestre tem preferência nas ruas. Aqui nos Estados Unidos, em uma rua movimentada, se eu parar na frente da rua com a intenção de atravessar, todos os carros param como se eu fosse uma pessoa importante. Eles param e eu passo tranquilo, sem me apressar, sem correr, e eles cordialmente, e às vezes pela lei, me esperam a atravessar a rua. Agora você imagina a rua que foi feita para os carros. Eu tenho preferência como pessoa, ou seja o ser humano, na frente dos carros. Muito bacana. Não tente fazer isso nas ruas de Belo Horizonte, você sabe o que vai acontecer.

Speaker 1:

Uma coisa interessante culturalmente que nós temos no Brasil e não aqui é o café da tarde. No Brasil a gente faz quatro refeições. Não é Café da manhã almoço, café da tarde e o jantar. E esse café da tarde, ele é muito interessante, ele é como se fosse um café da manhã, só que pelas quatro ou cinco da tarde Coloca-se a mesa suco de laranja, queijo, enfim. Tudo aquilo que você come no breakfast, no café da manhã, você encontra no café da tarde. É uma tradição muito legal que nós temos no Brasil. As padarias fazem os pães fresquinhos, já prevendo que as pessoas vão fazer essa refeição, que é o café da tarde que não existe aqui nos Estados Unidos.

Speaker 1:

Mas existe uma coisa aqui nos Estados Unidos que não existe no Brasil, que é o brunch. O brunch é uma fusão das palavras breakfast com lunch, é um breakfast misturado com almoço que acontece ali por volta das 10, 11 horas da manhã. Você tem suco de laranja, você tem pão com queijo e você tem um bife, ou seja. Eles misturam as duas refeições numa só, fazendo o que nós chamamos de brunch. Muito legal, muito interessante, sendo o que nós chamamos de brunch. Muito legal, muito interessante. Por falar em brunch, aqui nos Estados Unidos tem uma cultura em que você deve deixar uma gorjeta para o garçom que te serviu Entre 18% a 20% do valor total da refeição. Então, se por acaso você consumiu 100 dólares, no final da conta você paga os 100 dólares e deixa 18 dólares para o garçom. É uma falta de educação tremenda não deixar essa gorjeta porque afinal de contas o garçom não tem salário, ele vive dessa gorjeta. Então lembre-se disso. Você chegando aqui nos Estados Unidos, se você for num restaurante, não é no McDonald's, é num restaurante. Se você estiver num restaurante e for servido por um garçom, saiba que ele espera que você deixe para ele entre 18% a 20%, às vezes até 25% do valor da compra.

Speaker 1:

Reformas de casa Aqui nos Estados Unidos, para fazer uma obra na sua casa, você precisa de um alvará. Sim, mesmo que seja no banheiro da sua casa. Você vai na prefeitura e diz que vai reformar o seu banheiro e talvez até mexa na parte hidráulica. O fiscal verifica se há necessidade de ir ao local para uma inspeção. Isso porque a prefeitura quer garantir sua segurança e ter a certeza de que quem está prestando o serviço a você esteja devidamente qualificado. Então, se você quiser fazer uma obra na sua casa, você não é livre para fazê-la assim de maneira aleatória. Você precisa de um alvará.

Speaker 1:

Transporte público No Brasil o sistema de transporte liga todos os bairros a todos os bairros, é uma interligação municipal. Por exemplo, no Rio nós temos Bangu, centro, copacabana, leblon, barra, campo Grande, ou seja, todos os bairros estão interligados. Não aqui nos Estados Unidos, nas metrópoles é um pouquinho parecido com o Brasil. Cidades como Boston, nova York até oferecem serviços até certas localidades, mas de um modo geral você só consegue chegar de um local para o outro através do seu carro ou de carro. Agora, com a chegada do Uber, com o advento do Uber, ficou bem mais fácil você sair de um local para o outro. Mas de um modo geral você precisa se locomover de carro, senão você não chega aonde você gostaria de chegar.

Speaker 1:

No Brasil a palavra asilo causa arrepeios, não é mesmo? Você até promete, às vezes brincando com seus pais ah quando você estiver velho eu vou te colocar no asilo. Então é uma ameaça que nós fazemos aos nossos pais. Claro que brincando né gente, mas aqui não Os próprios pais. Eles querem e desejam ir para esses centros que nós chamamos de nursing home.

Speaker 1:

São locais com 24 horas de cuidado médico. Tem academia, restaurante, piscina e muito mais. São verdadeiras comunidades, piscina e muito mais, são verdadeiras comunidades. Então aqui não é uma boa ameaça você dizer que vai colocar os seus pais no nursing home ou no asilo, porque eles custam aí uma grana preta. Estamos falando de 6, 7 mil dólares por mês.

Speaker 1:

Em relação aos funerais, algo interessante Quando a pessoa morre no Brasil, a pessoa é enterrada no outro dia, às vezes até no mesmo dia. Se os parentes estiverem em outro país não vão conseguir atender ao funeral. Mas aqui é diferente. O funeral pode levar até uma semana e até mais. As pessoas têm todo o tempo para se planejarem, para vir parentes de todas as partes do mundo para atender esse funeral, se for possível. Bom. Mas enfim, vamos falar de coisa boa, né? Mas é só uma diferença cultural que eu gostaria de salientar.

Speaker 1:

Na hora de se cumprimentar, o americano difere muito do brasileiro. No Brasil, quando uma pessoa do sexo oposto é apresentada a uma outra pessoa, é normal os beijos na bochecha e se for no Rio eles dizem três para casar. Já nos Estados Unidos as pessoas que não se conhecem, elas apertam a mão firmemente, colocando ali uma separação entre as duas pessoas. Não é uma prática aceitável o beijar em pessoas estranhas aqui nos Estados Unidos. Em relação a horários, gente não é crítica velada ao Brasil, não é isso, não tá. Mas se a festa no Brasil estiver marcada para 8 horas, é normal que ninguém esteja lá às 8 horas. Na verdade, alguns vão começar a chegar às 9 e meia Aqui. Não.

Speaker 1:

Se a festa foi marcada para as 8 horas, 8 e 5, você já está atrasado. Vamos ao tamanho do café. Quando eu cheguei aqui e vi o tamanho do café, é um verdadeiro balde de café. Pois bem, o brasileiro toma o que nós chamamos aqui de um shot de expresso. É um cafezinho mesmo, mas não aqui.

Speaker 1:

Um copo de café aqui tem 5 e até 10 vezes maior o tamanho dos cafés lá no Brasil. Por isso que o brasileiro se assusta quando chega aqui e pede um café. E por falar em café, se você chegar aqui e pedir um sorvete, cuidado, peça um tamanho que nós chamamos aqui de baby size. É menor do que o tamanho pequeno. Isso porque o tamanho pequeno aqui equivale ao tamanho grande do Brasil. Então, se você pedir um sorvete médio, você corre o risco de não conseguir comer tudo.

Speaker 1:

Tá Uma prática que no Brasil existe, que é meio estranha, mas existe. Né Os homens andam sem camisa, assim tranquilos, como se não houvesse amanhã. Eu moro aqui nos Estados Unidos há 26 anos e confesso para você que eu nunca vi ninguém andando sem camisa, a não ser que estejam perto da praia ou no ambiente praiano, mesmo que esteja fazendo 45, 50 graus. Não é uma prática normal. Os homens andarem sem camisa aqui.

Speaker 1:

E sabe outra coisa também que você não vê pelas ruas aqui dos Estados Unidos cachorros andando sem coleira e sem dono. No Brasil é normal você ver aquilo que nós chamamos de vira-lata e até mesmo caramelo. Eles vivem pelas ruas, andam até em grupos. Aqui não, se você ver um cachorro andando pela rua sem coleira e sem o dono, a polícia é chamada imediatamente e vê o que eles chamam de animal control pra ver o que está acontecendo. E com certeza o cachorro, ele é capturado, ele possivelmente tem uma coleira com o nome do dono, endereço, telefone e o dono é avisado imediatamente.

Speaker 1:

Sabe uma coisa que difere da cultura brasileira também e da americana, é o fato das pessoas idosas trabalharem onde elas quiserem. Você vai encontrar na Macy's ou no Walmart, às vezes, pessoas idosas trabalhando no caixa. Não existe etarismo aqui, ou pelo menos tenta-se não ter etarismo aqui, ou seja, etarismo é aquele preconceito com pessoas idosas Praticamente não existe aqui. Essas pessoas idosas trabalham nos caixas, o que querem continuar sendo úteis ou querem completar a sua renda. Então uma prática muito bacana aqui é a valorização do ser humano, mesmo que ele esteja em idade avançada.

Speaker 1:

Você com certeza vai ver uma senhora de cabelos brancos te atendendo numa loja de conveniência aqui nos Estados Unidos. Aqui, quando você compra algo, você tem 30 dias para devolver. Aqui, quando você compra algo, você tem 30 dias para devolver, mesmo que todos da loja saibam que você usou. Não tem problema, você chega na loja, você devolve, não precisa da satisfação, te devolve o dinheiro, os impostos pagos por você. Se você disser que apenas não gostei, claro que existem pessoas de má fé. Não vamos falar das exceções, lembra disso.

Speaker 1:

O cliente aqui não é obrigado a ficar com o que não gostou e o Walmart é o rei das devoluções esdrúxulas, com gente que devolve árvores de Natal em janeiro, piscinas infláveis depois do verão. Esses casos são os péssimos exemplos de abuso a cordialidade do Walmart, completamente reprovadas por qualquer pessoa que tem um mínimo de caráter, lembrando que o Walmart usa monitoramento e pode até banir das suas lojas pessoas que são recorrentes em devolver mercadorias. São bonzinhos, mas também nem é Bom. Um dos orgulhos do Brasil são as urnas eletrônicas. Certo Bom aqui nos Estados Unidos.

Speaker 1:

Mesmo sendo o país da Oracle, microsoft, apple e as melhores e maiores empresas de tecnologia do mundo, os Estados Unidos continuam ainda usando aquele voto orgânico, sim, aquela cédula de papel em que você marca com X o seu candidato, talvez pela tradição ou pela segurança. Não quero aqui entrar no mérito, tá, a verdade é que as pessoas podem acessar os votos ou até recontar manualmente se houver aqui suspeita de fraude. Eles alegam que existe mais transparência dessa forma. Enquanto o Brasil, venezuela, índia e Filipinas usam urnas eletrônicas, os Estados Unidos diferem e se mantêm fiéis a cédulas de papel, assim como França, japão e Alemanha. E os aniversários, gente, olha só que diferença. Quando nós cantamos parabéns aqui nos Estados Unidos, nós cantamos a letra assim parabéns para você, parabéns para você, parabéns my friend, que é o nome da pessoa, né Parabéns para você. No Brasil a letra é um pouquinho mais elaborada e claro acompanhada de palmas.

Speaker 1:

Parabéns para você nesta data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida, mas ainda não acabou. Espera aí Para fulano, nada, tudo. Então, como é que é É big, é big, é big, é big, é big, é hora, é hora, é hora, é hora, é hora. Ha tim bum, fulano, fulano, mas ainda não acabou. Não pera só um pouquinho.

Speaker 1:

Com quem será, com quem será, com quem será que fulano vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender. Vai depender se fulana vai querer agora. Sim, oficialmente acabou a música de parabéns. Eu fico imaginando um americano que se casa com uma brasileira e vai numa festinha brasileira dessa. Ele fica sem entender nada.

Speaker 1:

A primeira parte da melodia ele até compreendeu, mas o Ratim Bom Big, com quem será essa parte? Com certeza nós brasileiros criativos. É que adicionamos nessa cultura. Mas sabe uma outra coisa legal e muito bacana que o brasileiro adicionou nas festas de aniversário, é a tradição do primeiro pedaço de bolo. É muito lindo porque o primeiro pedaço de bolo é cortado pelo aniversariante e ele geralmente entrega para a pessoa que ele mais gosta ou para a pessoa que ele tem mais afinidade. É uma tradição bonita ou não? é, gente? É muito linda essa tradição. Então, será que eu esqueci de alguma outra diferença cultural? Me chame no WhatsApp 1-978-836-0927 e me relembre, quem sabe eu faça um outro podcast, parte 2, com outras diferenças culturais.

Speaker 1:

Bem, pessoal, esse foi o nosso episódio dessa semana. Muito obrigado pela sua audiência. Hoje falamos das diferenças culturais entre Estados Unidos e Brasil. Sim, existem muitas diferenças, mas existem muito mais aspectos em comum. É o que faz o Brasil e os Estados Unidos serem países irmãos por mais de 200 anos. Espero que tenham gostado e, se sim, por favor espalhe o nosso podcast para todos os seus grupos de WhatsApp E não se esqueça de baixar os nossos episódios. E também agora você pode acessar a gente através do nosso website, classiopodcastcom. Classiopodcastcom. De lá você pode escolher nos seguir através de mais de 10 plataformas de podcast. Muito obrigado mais uma vez. Fiquem com Deus e até a próxima. Se Deus quiser, pode crer.

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