Pode Crê
Um podcast sobre temas variados e inspiradores, criado para motivar, transmitir esperança e despertar reflexões em quem ouve.
Quero receber convidados especiais para diálogos envolventes, repletos de histórias, curiosidades e ideias que ampliam horizontes.
Desejo que as pessoas reflitam sobre temas variados e se eu fizer 1 pessoa repensar e mudar de rota pra melhor já teria valido a pena esse podcast.
Como Pastor, compartilho experiências sobre a bondade de Deus; como músico, exploro de forma criativa e artística os diferentes aspectos do dia a dia.
Pode Crê
Depressão Por Trás do Sorriso. Tem Cura
O silêncio da depressão costuma ser mais alto no inverno, quando os dias encurtam e a energia parece sumir. Abrimos a conversa indo direto ao ponto: o que é depressão, o que não é, e por que confundir tristeza com doença adia o cuidado que salva. Trazemos uma visão clínica acessível sobre desequilíbrios de serotonina, dopamina e noradrenalina, explicamos como a luz influencia humor e sono, e detalhamos os sinais que pedem atenção, do cansaço que não passa ao isolamento que corrói os vínculos.
Recebemos a Nurse Practitioner Isabella Paiva (Paiva Health and Wellness Center, Chelmsford) para responder às dúvidas que mais ouvimos no consultório e nas famílias: como diferenciar winter blues de um episódio depressivo, quando investigar vitamina D e B12, e quais hábitos realmente funcionam para atravessar o frio com mais saúde mental. Falamos de terapia de luz, pequenas caminhadas ao ar livre, janelas de socialização, alimentação anti-inflamatória e rotinas de sono que regulam o corpo. Entramos também no “como ajudar”: perguntas certas, tom de voz que acolhe, convites persistentes e o momento de acionar as linhas 988 (EUA) e 188 (Brasil).
Para além dos dados, um relato anônimo forte nos leva ao coração da experiência depressiva: a vida em preto e branco, a culpa sem motivo e o esforço para fazer o básico. Dessa história, tiramos ferramentas de retorno — terapia que ressignifica, medicação quando indicada, apoio da família e, para quem crê, fé que sustenta — compondo um combo de cuidado que funciona no mundo real. Fechamos com um lembrete simples e poderoso: depressão é algo que você tem, não quem você é; com acompanhamento certo, há recuperação e esperança.
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Olá, tudo bem, pessoal. Sejam muito bem-vindos e muito bem-vindas ao nosso podcast, o Podcast Pode Crer. Hoje o assunto é sério e também muito importante. Vamos falar sobre a depressão. Ela é uma das condições de saúde mental mais comuns do mundo, mas também uma das mais mal compreendidas. Comuns do mundo, mas também uma das mais mal compreendidas. A gente vai conversar sobre o que é depressão, porque ela acontece, como reconhecer os sinais e como podemos ajudar no tratamento e na recuperação. Eu conversei com a Nurse Practitioner, isabella Paiva, que atende na Clínica Paiva Health and Wellness Center em Chelmsford. Ela me deu uma visão clínica da doença que vai nos ajudar a compreender, com uma linguagem acessível, os meandros dessa enfermidade. Também conversei com uma paciente. Ela teve uma crise com um quadro de depressão profunda. Conseguiu se erguer e, junto com seu esposo, testemunharam para mim como foi lidar com a doença e como ela superou. Aqui, no seu podcast pode crer, vamos lá seis jargões sem complicações, só informação clara e humana.
Speaker 1:O que é a depressão? Bom, primeiramente vamos dizer o que não é depressão. Depressão não é tristeza. Todo mundo fica triste às vezes, isso faz parte da vida, mas a depressão é diferente. É uma condição médica que afeta o corpo, o humor e os pensamentos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 280 milhões de pessoas no mundo sofrem e vivem com depressão, e ela pode atingir qualquer pessoa, independente da idade, da profissão ou da situação financeira. O que acontece no cérebro é algo real.
Speaker 1:Durante a depressão há mudanças na química cerebral, especialmente em substâncias como serotonina, dopamina e noradrenalina, que influenciam o humor, o sono e a motivação. Essas substâncias ficam em desequilíbrio. Isso pode fazer a pessoa se sentir sem energia, sem prazer e até mesmo sem esperança. Mas é importante dizer depressão não é fraqueza, é uma condição de saúde, assim como diabetes ou hipertensão e com tratamento certo, tem recuperação. Vamos ver alguns sinais e sintomas. Os sintomas, claro, variam de pessoa para pessoa, mas alguns são bem comuns Tristeza profunda que dura semanas ou meses, cansaço excessivo, mesmo dormindo bem, dificuldade de se concentrar, alterações no sono, dormir demais ou quase nada, falta de prazer nas coisas que antes eram boas, culpa sem causa E, nos casos mais graves, pensamentos de morte ou suicídio. Se você ou alguém que conhece tem sentido isso, não ignore.
Speaker 1:Pedir ajuda é um ato de coragem, não de fraqueza, e em lugares como Massachusetts, onde os dias ficam mais curtos e anoitece às 4h30 da tarde no inverno, existe um tipo específico chamado de transtorno afetivo sazonal. Com menos luz solar, o corpo produz menos serotonina e mais melatonina, o que pode deixar a pessoa mais sonolenta, irritada e triste. Estudos mostram que até 10% das pessoas em regiões frias sentem esse tipo de impacto. Mas há boas notícias Luz natural, caminhadas ao ar livre e até terapia de luz podem ajudar muito. Conversei com a doutora Isabela Paiva e ela nos deu algumas orientações de como lidar com essa enfermidade. Doutora, no outono e inverno. Em Massachusetts, por exemplo, temos o que chamamos de winter blues E o transtorno afetivo sazonal, o TAS, são bem comuns, por que tantas pessoas se sentem mais tristes ou sem energia durante o inverno, especialmente em locais muito frios.
Speaker 2:Essa é uma boa pergunta. São vários fatores. Um dos fatores que eu mais vejo é a falta de vitamina D. A gente pega muito pouco sol no inverno, e principalmente nessa região de Massachusetts. Então quando a vitamina D está baixa, quando está deficiente, a gente tem mais sintomas de cansaço, desânimo, falta de energia e isso às vezes é confundido como depressão. Mas também tem ao mesmo tempo uma depressão acontecendo por falta de socialização. Muita gente fica em casa pelo frio, tem menos oportunidades de sair com os amigos, sair para o restaurante, encontrar com a família. Então essa parte social também é muito importante muito interessante, muito obrigado.
Speaker 1:Outra pergunta como uma pessoa pode saber se está apenas com winter blues ou se está desenvolvendo uma depressão que precisa de tratamento?
Speaker 2:geralmente, geralmente, o winter blues tem a ver com o inverno, tem a ver com o momento sazonal Quando vem o frio vem a tristeza, quando vem o calor vem a felicidade. Então geralmente é assim, mas claro que a pessoa pode desenvolver também uma depressão real, profunda, até no inverno, em qualquer momento do ano. É importante ficar alerta aos seus sintomas. Se você está sentindo que você não consegue se socializar com as pessoas, você quer ficar sozinho, você só quer dormir, você não tem energia pra nada, você não consegue fazer exercício, não quer nem trabalhar, não consegue conversar com as pessoas que você ama, isso provavelmente é uma depressão mais profunda e não só um desânimo pelo tempo frio.
Speaker 1:Muito obrigado. Outra pergunta quais são as estratégias mais eficazes para prevenir ou aliviar os sintomas de depressão no inverno, especialmente para quem trabalha em ambientes fechados e sai pouco de casa?
Speaker 2:Eu acho que o primordial é uma alimentação saudável, evitar comidas inflamatórias, comidas que incham, que deixam a gente mais pesado, porque se nosso ânimo já está pesado e a gente comer esses alimentos que prejudicam, acaba que a gente sente mais uma depressão, mais para baixo. A gente tem que se encher com alimentos saudáveis, alimentos bons pra gente se sentir bem. pra você que trabalha num ambiente fechado, não tem muita oportunidade de sair, eu acho importante, nos momentos que você tiver tempo, você poder fazer uma caminhada, você poder sair, ligar pro amigo, bater um papo com alguém da sua família, seu esposo, seus filhos, tentar aproveitar os momentos que você tem, porque eu sei que é difícil quando o trabalho não permite, mas com certeza deve ter alguns momentos que você pode encaixar um pouquinho de socialização para tentar diminuir essa sensação de isolamento, de Depressão.
Speaker 1:Faz todo sentido. Mais uma pergunta O que as pessoas podem fazer se estiverem preocupadas com um amigo ou familiar que parece estar deprimido durante essa época do ano.
Speaker 2:Eu acho que às vezes a gente tem medo de perguntar se a pessoa está bem, perguntar de verdade está tudo bem? Começa comigo. Estou percebendo que você não está bem, você está para baixo, está sem energia, você não tá conversando comigo. Do mesmo jeito, não tem problema em perguntar a pessoa se tá bem. Se a pessoa conseguir se abrir, você vai poder ser uma fonte de ajuda pra essa pessoa. E às vezes a pessoa não vai querer sua ajuda, mas tente apoiar da melhor forma possível, tente estar presente. Quando a pessoa tá assim muito deprimida, é um desânimo imenso. Então muitas vezes você vai ter que chamar muito pra sair, chamar muito pra ter uma conversa no telefone. A pessoa não vai querer, mas vai chegar um ponto que talvez ela vai conseguir apoiar em você de alguma forma. Ou talvez você conheça uma outra pessoa que é mais próxima dela que você possa conversar. Olha, eu estou preocupado com fulano, mas ele não quer conversar comigo. Eu sei que vocês são próximos. Vê, se você consegue ajudar, essas coisas ajudam em ficar sempre à disposição.
Speaker 1:Sim, vamos estar atentos. Minha última pergunta No aspecto físico. Você crê que existe alguma relação entre a depressão e a inatividade física? sabemos que no verão fica mais fácil, mas quando moramos em um estado em que o inverno dura seis meses fica um pouquinho mais difícil. como podemos resolver isso?
Speaker 2:eu acho natural a gente não querer muito sair no frio. Eu entendo, eu cresci aqui minha vida toda, mas eu também não gosto muito de ficar no frio. Mas eu acho muito importante a gente se expor à natureza, qualquer época do ano é importante a gente fazer caminhadas. Tem hiking, que é escalar montanhas. Caminhadas Tem também patinar no gelo. Tem tantas atividades que dá para fazer, que parecem radicais, mas não necessariamente são, que vale a pena tentar de se divertir. Fazer um boneco de neve, brincar com seus filhos lá fora. Isso tudo faz parte e vai trazer uma positividade para a sua vida, vai trazer uma energia boa, um momento diferente para você, que eu acho que muitos de vocês vão se apaixonar, para o ski, para o snowboard, para o que for patinar. É gostoso quando a gente se permite aproveitar o inverno também.
Speaker 1:Muito obrigado, doutora Bela, por sua participação. Ela atende mais uma vez na clínica Paiva Health Center lá em Chelmsford. Bom, para aqueles que querem receber algum tipo de diagnóstico Ou que querem usá-la como Primary Care, o telefone do Júnior, que é um dos diretores da clínica, é 1-857-888-0609. Mais uma vez, 1-857-888-0609. Eles estão à disposição de vocês. Muito obrigado mais uma vez.
Speaker 2:Que Deus abençoe a todos E sejam muito bem-vindos lá na minha clínica. Eu só peço a Deus que me capacite para poder cuidar bem de vocês E que vocês possam sair sempre melhores do que entraram.
Speaker 1:Muito obrigado mais uma vez. A terapia ajuda a entender os pensamentos e sentimentos. Os remédios, quando indicados, ajudam a equilibrar os neurotransmissores. Tudo isso, claro, sob orientação médica de alguém extremamente capacitado como a doutora Isabela Paiva. Mas também existem coisas simples que fazem diferença Ter uma rotina de sono, fazer atividade física leve, alimentar-se bem, conversar com alguém de confiança e evitar o isolamento total. É importante lembrar cada pessoa responde de um jeito. Por isso acompanhamento médico e psicológico são fundamentais. Se você conhece alguém com depressão, saiba que ouvir já é ajudar. Não precisa ter todas as respostas. Só está presente e sem julgamento. Evite frases como se anima ou isso é falta de fé. Em vez disso, diga eu estou aqui para você. São palavras que você pode usar para pessoas que estão nesse estado. A empatia pode realmente salvar vidas Em casos extremos, se houver risco de suicídio. Nos Estados Unidos existe um número 988-988, a linha nacional de prevenção, disponível 24 horas. Sempre haverá alguém para conversar, aconselhar A pessoa. Não precisa e não vai estar sozinha. No Brasil o número é 188, que leva ao CVV, conhecido como Centro de Valorização da Vida.
Speaker 1:Existe esperança na recuperação. A depressão tem tratamento e muita gente se recupera completamente, mas é um processo e tudo precisa ir no seu tempo. Buscar ajuda é o primeiro passo. A depressão não define quem você é. Ela é algo que você tem, não algo que você é. E mesmo nos dias mais difíceis, lembre-se, a dor não é permanente. A ajuda existe e a esperança também.
Speaker 1:Eu conversei com uma pessoa que passou por um quadro gravíssimo de depressão, o de testemunhar a sua luta. Perguntei para ela se poderia me ajudar nesse episódio e ela prontamente me ajudou. Para preservar sua privacidade, ela não gravou a voz, mas respondeu algumas perguntas. E eu comecei perguntando Em que momento você percebeu que o que estava sentindo não era só tristeza ou cansaço, mas algo mais profundo, abre aspas, eu lutei para admitir, pensando que era só uma tristeza. Quando percebi que aquela tristeza estava me impedindo de fazer as coisas mais básicas possíveis, como por exemplo tomar banho, escovar os dentes, era como se eu estivesse presa a uma âncora que me puxava para baixo e, por mais que eu quisesse e lutasse, eu me afundava cada vez mais. Vi que não era apenas uma tristeza, porque a tristeza tem uma causa e, no meu caso, sem explicação alguma. Eu me sentia péssima, sem motivo algum. Eu me prostrava.
Speaker 1:A medicina define como doença, ou seja, eu estava doente. E nesse quadro de depressão crônica, eu comecei a perguntar a Deus por que eu estava me sentindo assim e quanto tempo eu teria que passar por essa prova. Fecha aspas, o que mais te ajudou no processo de melhora Foi algo que você fez. Alguém te apoiou, algum tratamento específico? Abre aspas, eu sempre falo com as pessoas que o conhecimento liberta. Estudei e li muito sobre o cérebro e de como a mente tenta nos enganar. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
Speaker 1:Nas minhas leituras eu vi que às vezes as carências vitamínicas também são fatores que nos atingem. Claro que cada caso é um caso e apenas um diagnóstico médico pode definir, mas às vezes não é depressão, mas falta de vitamina D ou B12. Meu conselho é procure ajuda médica. Também fiz terapia. A terapia foi essencial para mim. Pude conversar com minha terapeuta, que me fez ver que meu sentimento de culpa, por exemplo, era injusto. Me culpava por erros que cometi quando tinha 20 anos e hoje, com 38, não seria justo eu pagar por algo que cometi quando era mais nova. Ela me fez compreender isso. O apoio da minha família, do meu esposo, medicação, terapia ou seja um combo de aspectos positivos, fez toda a diferença.
Speaker 1:E claro que Deus foi fundamental na minha vida. Eu creio que Deus usa a inteligência dos médicos e da farmacologia para nos abençoar. Fecha aspas, qual a última coisa que devemos falar para alguém com depressão? Abre aspas, as pessoas não falam por maldade. Elas querem ajudar, mas não sabem. Como Alguns dizem, você tem que ser forte, sacuda poeira, se esforce. As pessoas não entendiam que eu estava lutando para viver, lutando para respirar. Imagine que eu vi a vida em preto e branco e as pessoas estavam tentando me mostrar as cores do jardim E outra coisa.
Speaker 1:Clinicamente falando, a pessoa desenvolve uma fadiga horrível. Você não tem força para nada. Por isso que eu dormia, e dormia muito. Para mim, dormir na verdade era uma fuga. Nesse caso, alguns são chamados de preguiçosos e de fazer corpo mole. Ainda bem que meu esposo não pensava assim.
Speaker 1:A gente já sente culpa. Não pode ouvir acusações, fecha aspas. O que a pessoa com depressão precisa então ouvir, abre aspas. Eu creio que o tom é fundamental. Ela pode dizer para a pessoa ser forte, mas a maneira e o tom eu digo que é fundamental. Dê uma palavra de incentivo sem fazer a pessoa se sentir culpada Ou tratada como uma inútil Que se tornou um peso.
Speaker 1:Graças a Deus, no meu caso Eu consegui vencer, mas até hoje Eu presto atenção nos gatilhos. Hoje sou doutrinada no assunto E quando a areia movediça Das emoções tenta me cercar, eu dou um pulo antes de me afundar. Pessoal, que luta, hein Que luta, mas ela venceu, graças a Deus. Achei muito interessante que ela tenha mencionado que existe um combo Apoio familiar do esposo, medicação, terapia e, acima de tudo, a bênção de Deus. Mais uma vez, obrigado por nossa convidada anônima. Obrigado a você também, doutora Isabela, que nos ajudaram, vocês duas, a entender melhor essa enfermidade sob uma perspectiva humana e médica. Bom, pessoal, se esse episódio fez sentido pra você, compartilhe com alguém A informação. Pode ser o começo da mudança pra muita gente. E se você estiver passando por um momento difícil, respire, procure um profissional, olhe para cima. Existe um Deus no céu que te abençoa. Você não está sozinho, você não está sozinha. Obrigado por ouvir até aqui, até o próximo episódio, se Deus quiser, e acima de tudo, se cuide E Deus te abençoe. Tenha uma semana produtiva e abençoada. Esse foi o podcast, pode Crer?
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