Pode Crê

Detectando Quem Tenta Te Diminuir. Repetição Não é Verdade

Clecio Almeida Season 1 Episode 20

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Já percebeu como uma frase repetida começa a soar verdadeira, mesmo sem prova? Abrimos a caixa-preta do efeito de verdade ilusória e mostramos por que familiaridade vira “certeza” no cérebro, empurrando rótulos culturais para dentro da nossa identidade. Da crença de que “gente da sua idade não aprende” ao “sou igual ao meu pai”, exploramos como mensagens herdadas colonizam decisões, sabotam projetos e encolhem sonhos.

Caminhamos por um mapa prático para inverter esse jogo. Falamos de mindset e responsabilidade pessoal, da vergonha que fabrica histórias, e de como hábitos seguem gatilho, rotina e recompensa. Propomos um método simples: identificar gatilhos, reescrever a interpretação, acoplar afirmações específicas a microações diárias e coletar evidências de progresso. A palavra impecável com você mesmo muda a conversa interna e, com consistência, muda o comportamento. Trazemos ainda uma curadoria de mitos populares desmentidos — do “usamos 10% do cérebro” ao “diamante é indestrutível” — para ilustrar como o familiar engana e por que checar fontes importa.

Guiamos a reflexão para onde dói e liberta: não é “destino”, é repetição inconsciente. Com a lente de Jung e o chamado de Viktor Frankl, apontamos para a liberdade de escolher atitude e roteiro, mesmo em cenários difíceis. A virada começa com uma pergunta honesta — de onde veio essa ideia sobre mim? — e ganha força com rituais mínimos: cinco minutos de prática, um pedido de ajuda, uma frase limpa no lugar do rótulo. Mentiras perdem poder sob luz clara e ação pequena, repetida. Se você quer romper ciclos e escrever uma história que faça sentido, este é o momento de escolher a verdade que transforma.

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SPEAKER_00:

Hello everyone, tudo bem pessoal? Bom, esse é mais um episódio do seu podcast Pode Crer. Dizem que uma mentira contada mil vezes vira verdade. Isso é mentira. Mentira continua sendo mentira mesmo que repetida um milhão de vezes. Mas o que acontece é que quando ouvimos algo com frequência, nosso cérebro tenta aceitar aquilo como real, mesmo sem provas. Isso é chamado de efeito de verdade ilusória, estudado desde a década de 1970 na psicologia cognitiva. Ou seja, quanto mais uma frase é repetida, mais familiar ela soa. A familiaridade é confundida com verdade. Esse será o tema que vamos refletir aqui no seu podcast. Pode crer. As mentiras que se tornam verdades entre aspas, a sociedade é cheia dessas meias verdades que transformam em convicções. Fulano nasceu pobre, vai morrer pobre. Gente da sua idade já não aprende mais. Homens não choram, mulheres são emocionais demais. Essas frases se infiltram na cultura, nas famílias e até nas escolas. São crenças herdadas, e, como diz Carol Dweck em seu livro Mindset, o modo como interpretamos o que acontece conosco define o que acreditamos ser possível. Quando aceitamos uma mentira sobre quem somos, começamos a agir de forma coerente com ela. É aí que o perigo mora. Pense nisso. Quantas vezes você ouviu alguém dizer algo sobre você sem perceber e passou a se comportar de acordo? Como, por exemplo, você é distraído, você é nervoso, você é igual seu pai. Eu tenho um grande amigo, dono de uma empresa conceituada aqui nos Estados Unidos, e ele mora há quase 18 anos aqui. Mas eu ouço ele sempre dizer, eu tenho dificuldade com o inglês. O inglês, para mim, é uma barreira. Mesmo conversando com americanos todos os dias, mesmo com as suas filhas americanas, ele cristalizou isso e acredita piamente. Seria como alguém que diz que não sabe andar de bicicleta, mesmo pedalando uma. Portanto, não acredite na mentira que você mesmo conta a si mesmo. Essas frases são sementes plantadas em solo fértil, a mente. E como lembra Brand Brown em A Coragem de Ser Imperfeito, eu sempre cito esse livro, eu sei, a vergonha e o medo nos fazem construir histórias falsas sobre nós mesmos. Com o tempo, o que era opinião vira rótulo. O rótulo vira identidade, e a identidade se torna prisão. Agora pense nas mentiras familiares. Seu avô era alcoólatra, seu pai também, então esse é o seu destino. Ou, na nossa família, ninguém foi longe, então não se iluda. Essas narrativas são heranças emocionais, crenças passadas de geração em geração. O psicólogo Carl Jung dizia, até que você torne o inconsciente consciente, ele dirigirá a sua vida e você o chamará de destino. Muitas vezes não é destino, é repetição inconsciente. Mas sabe qual é a boa notícia? Aquilo que foi aprendido pode ser desaprendido. Charlie Durig, no livro O Poder do Hábito, mostra que padrões, sejam de comportamento ou pensamento, seguem um ciclo. Gatilho, rotina e recompensa. Quando mudamos o significado que damos a um gatilho, mudamos o hábito. Se você sempre acreditou que não adianta tentar porque todos da sua família fracassaram, isso é um gatilho mental. Mas quando você reconhece, pode substituí-lo por uma nova rotina de pensamento. Dizendo, por exemplo, a história deles não precisa ser o meu futuro. Romper o ciclo começa com questionar de onde veio essa ideia sobre mim. É realmente minha? Dom Miguel Rose, no livro Os Quatro Compromissos, diz Seja impecável com a sua palavra. Mas isso também vale para as palavras que você diz em relação a si mesmo. A verdade é libertadora, mas exige coragem. Coragem para olhar para as mentiras que você acreditou e dizer, isso não me define mais. Reescrever a própria história é um ato de rebeldia amorosa, contra as vozes que disseram que você não podia, que não merecia ou que não era suficiente. Então, antes de terminar esse episódio, quero deixar para você uma reflexão. Quais as mentiras que você tem repetido para si mesmo? E hoje substitua essas verdades poderosas por afirmações completamente contrárias às mesmas. Lembre-se, mentira contada mil vezes não vira verdade, mas a verdade reafirmada mil vezes vira transformação. Deixa eu listar para você aqui dez mentiras famosas que muita gente acreditou por anos. Por exemplo, usamos só 10% do nosso cérebro. Quantas vezes você já não ouviu isso, não é verdade? Então, essa é uma afirmação falsa. Exames de neuroimagem com ressonância magnética funcional mostram que todas as partes do cérebro têm alguma função ativa ao longo do dia. Quem diz isso é uma revista chamada Scientific American, uma das mais respeitadas do mundo. Me responda de supetão: qual é a cor do Sol? Bom, eu acho que você vai dizer que o Sol é amarelo. Já reparou que os desenhistas, as crianças, nós mesmos, quando vamos fazer uma pintura, nós pintamos o sol de amarelo? Então, gente, essa é uma comprovação falsa. O Sol emite uma luz branca que só aparece amarelada por causa da atmosfera da Terra. Quem diz isso é a própria NASA. Já ouviu alguém dizendo que o sangue é azul dentro do corpo? Então, essa é uma outra afirmação falsa. O sangue sempre é vermelho, escuro quando ele está pobre em oxigênio e mais vivo quando oxigenado. As veias parecem azuis por causa do efeito óptico da pele. Quem diz isso é a American Heart Association. Os elefantes têm medo de ratos. Já viu isso nos desenhos? Bom, gente, os elefantes não têm medo de ratos. Eles só se assustam com qualquer movimento repentino de qualquer animal pequeno. Quem diz isso é a National Geographic. Cristóvão Colombo provou que a terra é redonda. Falsa essa afirmação. Os gregos antigos, como Eastótenes, no século III a.C., já sabiam que a terra era esférica e até calcularam a sua circunferência. E antes disso, o profeta Isaías, 700 anos antes de Cristo, já falava sobre a redondeza da terra. Já ouviu dizer que as cobras hipnotizam as suas presas? Falsa afirmação. As cobras não têm esse tipo de visão ou cérebro necessário para hipnotizar. As presas é que ficam congeladas de medo, o que nos dá essa impressão. E que febre é sempre ruim e deve ser baixada imediatamente? Bom, segundo a Organização Mundial de Saúde, essa afirmação também é falsa. Segundo eles, a febre é uma resposta natural do corpo para combater infecções. Claro que ela precisa ser tratada se for muito alta ou causar desconforto grave. Já viu aquela história de que comer formiga faz bem para a visão? Essa crença é comum em várias regiões do Brasil e até mesmo em outros países. Provavelmente a origem disso está na observação de que as formigas têm olhos grandes e são muito atentas. E as pessoas associaram isso simbolicamente à boa visão. Sim, é verdade. As formigas têm proteínas, ferro e zinco, mas em quantidades minúsculas que não afeta em nada a nossa visão. O homem nunca pisou na lua. Essa é uma afirmação falsa. Há provas físicas e científicas incontestáveis, como por exemplo, refletores que foram deixados na Lua, amostras de solo lunar, registros independentes de rastreamento. Quem diz isso, por exemplo, é MIT. Já ouviu alguém dizer que o diamante é indestrutível? Então, essa é uma informação incorreta. O diamante é o material natural mais duro, mas pode ser quebrado com pancadas ou calor intenso. Dureza é diferente de resistência. Sabe por que eu citei essas crenças lendárias? Porque eu tenho certeza que algumas pessoas vão ouvir e vão sorrir por curiosidade, e outras vão discordar veementemente. Talvez você acredite que o homem não foi a lua e pode sentir aquele impulso, aquele desejo de me corrigir. Mas não com base em ciência nem em fatos, mas sim em teorias, tradições e suposições repetidas por gerações. E tudo bem, porque se o homem foi a lua ou não, isso não muda as nossas vidas. Nós, seres humanos, temos uma tendência de defender o que nós conhecemos, mesmo que seja falso, porque o familiar dá segurança, mesmo quando nos aprisiona. Acreditar que comer formiga faz bem para a visão não muda o rumo da sua vida. No máximo, você ganha uma boa história para contar. Mas, acreditar que você não pode mudar, que na sua família sempre foi assim e que ninguém nunca venceu e você também não vai a lugar nenhum, aí sim estamos diante de uma mentira perigosa. Essas são as crenças que se infiltram na alma, que moldam comportamentos, sabotam decisões e minam sonhos. Você começa a se convencer de que não é capaz, não é digno, não é suficiente. E o pior, passa a viver dentro da história que alguém escreveu por você, de uma mentira que te contaram e você acreditou. Mas a verdade é que você pode escolher reescrever essa história. Você pode quebrar o ciclo. Você pode ser o ponto de virada da sua própria linhagem. Como disse Victor Frank, sobrevivente do holocausto, o autor do livro Em Busca do Sentido, tudo pode ser tirado de um homem, exceto uma coisa, a liberdade de escolher a sua atitude diante de qualquer circunstância. Então, escolha a verdade. Não a mentira que te contaram mil vezes, mas aquela que você descobriu dentro de si e que ousou questionar. Porque no fim das contas, o que realmente cega não é a falta de visão, mas acreditar nas mentiras que nos impedem de enxergar quem podemos ser. Mentiras perdem o poder quando são expostas à luz da verdade, e talvez, hoje, esteja nascendo dentro de você. Mark Twain disse é mais fácil enganar alguém do que convencer a ela de que ela foi enganada. É mais fácil enganar alguém do que convencê-la de que ela foi enganada. Resista a qualquer ideia pessimista, negativa e simplista ao seu respeito. Simplesmente diga, eu não aceito esse estigma. Muito obrigado por me dar alguns minutinhos do seu tempo para escutar algo que eu li, ouvi ou até mesmo minhas introspecções sobre a vida. Eu tenho um desejo enorme de compartilhar conhecimento, e você me dá honra de me ouvir. Muito obrigado. Peço que você possa compartilhar com o máximo de pessoas, principalmente aquelas que se sentem paralisadas por mentiras que foram contadas a elas, por palavras negativas ditas que emperraram a sua vida. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Deus abençoe. Esse foi mais um episódio do seu podcast. Pode crer

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