Pode Crê

Quando A Preguiça Não é Ruim Mas um Aviso: A Ciência Explica

Clecio Almeida Season 1 Episode 22

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O que você chama de preguiça pode ser um alarme da mente tentando te poupar energia. Nós abrimos o jogo sobre como o cérebro cria atalhos que sabotam objetivos e como transformar esse ciclo com neuroplasticidade, espiritualidade prática e passos mínimos que cabem no seu dia. Em vez de buscar força de vontade infinita, mostramos por que o caminho mais curto é reduzir ruído, recuperar presença e treinar respostas gentis que diminuem a ansiedade e devolvem clareza.

Começamos diferenciando preguiça de desmotivação e explicando o papel do cérebro como sistema de autoproteção, especialmente quando a vida despeja excesso de estímulos, escolhas e comparações. Depois, entramos em estratégias que funcionam: mudar o diálogo interno sem autoengano, praticar silêncio estratégico em microintervalos, desenvolver autocontrole emocional para escolher a resposta diante do gatilho e usar a escrita para tornar o nebuloso concreto. Trazemos táticas de metas pequenas e claras que geram vitórias rápidas, porque é o movimento contínuo, e não a intensidade, que derruba a procrastinação. Também falamos sobre desacelerar a rotina para recuperar presença, a lição de não “perder a paisagem” e como fortalecer a autoestima emocional para sustentar avanços.

Costuramos ciência e fé: Deus como maestro que dá sentido e coragem, e nós como músicos que treinam a mente com constância. Fechamos com um convite prático para hoje: escolha um gesto simples, execute e repita. Se essa conversa te ajudou a respirar melhor e ver o próximo passo, assine o podcast, compartilhe com alguém que precisa e deixe sua avaliação. Seu feedback mantém essa jornada viva.

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E aí, tudo bem, pessoal? Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do seu podcast Pode Crer. Hoje vamos falar de dois inimigos que talvez você nunca tenha parado para pensar: preguiça e desmotivação. Baseado em uma palestra de Augusto Cure, vamos refletir sobre a convicção de que ambas, preguiça e desmotivação, são inimigos passíveis de serem derrotados. E que na batalha da sua mente, Deus é um maestro, mas você é músico ativo nessa orquestra. Fique aqui ligado, no seu podcast Pode Crê. Preguiça e desmotivação não são sinônimos de negligência, são na verdade mecanismos de defesa. O cérebro quer te preservar, te salvar, e para isso ele te sabota. Preguiça é o corpo dizendo estou cansado. Desmotivação é a falta de ânimo no que você faz, porque não traz aparente recompensa. Porque quando você se anima no que você faz, isso se torna importante, te reacende, te dinamiza e te catapulta. Quando se trata de superar esses desafios, seu maior inimigo é sua mente, que em alguns casos cristalizou ideias ao seu respeito que podem estar te paralisando com as melhores das intenções. Como eu disse, sua mente não está interessada em que você, por exemplo, se forme em medicina. Ela quer saber quanto custa isso em energia e precisa salvar o máximo possível porque ela é naturalmente pessimista. Como um computador, ela rastreia todas as possibilidades, todas as probabilidades, checa histórico particular, analisa os seus dados e até mesmo das pessoas que estão ao seu redor. E diz um não bem grande na sua cara quando você tenta ir além daquilo que você está acostumado a seguir. Lembra do dia que você acordou atrasadíssimo para um compromisso muito importante? Então, de repente era o primeiro dia de trabalho. Era o único dia que você não poderia chegar atrasado. Seu cérebro nunca dorme. Ele sabia disso. Poderia te lembrar, poderia te acordar. Ele não está preocupado com seu salário. Ele quer saber que você está cansado e precisa de energia, mesmo que isso te custe o seu emprego. Boa notícia é que o cérebro é neuroplástico. O que significa isso? Ele pode reaprender, se reeducar. Ele se reorganiza continuamente, formando e fortalecendo conexões de acordo com as nossas experiências e aprendizagens. Quem diz isso é Deutge Norman, o autor do livro The Brain That Changed Itself. Esse livro é amplamente reconhecido por explicar, com base em pesquisas científicas, o conceito da neuroplasticidade. Sua mente cobra, compara, critica. Isso retrata a mente humana nos dias atuais - ansiedade e desmotivação. A mente nunca foi tão bombardeada como nos últimos anos. Eu sou da época, por exemplo, que na infância haviam quatro canais de televisão: a TV Globo, o SBT, a Bandeirante e a Manchete. A TVE nem contava. A manchete durou pouquíssimos anos. Escolher um programa para assistir era a coisa mais fácil do mundo. Hoje? Entre Netflix, Amazon e Rulu são 5.400 shows. Imagina a quantidade de energia gasta apenas para escolher o que assistir. Quantas pessoas desistem de ver um filme por gastarem tanto tempo para escolher um filme. Lê-se aqui energia. Nos dias atuais, a mente se tornou acelerada, confusa e esgotada. E sabe o que ela faz? Ela te prostra. Por isso a importância das férias, por exemplo, de correr da rotina, de fugir do estresse como quem foge de um inimigo mortal, o que de fato ele é maldito estresse. Quando a mente se cansa, ela cria dois monstros, preguiça e desmotivação. Tudo com a boa intenção. Ela entra no modo de autoproteção. Nesse íntere, você se sente culpado por não conseguir agir e medo por não conseguir parar. Isso não é falta de vontade, mas excesso de pensamentos. Se para escolher um show para assistir existe um desgaste enorme de energia, imagine como não nos desgastamos com as preocupações das contas, os prazos, as expectativas alheias e interiores, tentando resolver tudo ao mesmo tempo e se esquecendo de resolver a si mesmo. Há necessidade de educar as emoções e aceitar que sentir isso não é sinal de fraqueza, porque o medo é humano, a dúvida é natural, a oscilação do cérebro faz parte da complexa maneira de viver. O próprio Jesus nos disse que nesse mundo passaríamos por aflições, e essas aflições passam pelo espectro da mente e de como confusos às vezes nos sentimos. A pergunta de um milhão de dólares é: Você tem passado por essas aflições ou tem permitido que esse turbilhão de pensamentos se estabeleça em sua mente e te engula? A passagem é uma palavra que nos remete a algo transitório, mas não deve nos prender e não deve fazer morada. Gostaria de expandir ações que não são segredos místicos, mas estratégias práticas de gestão da mente e das emoções, baseadas na psicologia e na teoria multifocal de Augusto Cure. Mude o diálogo interno. Reduque seus pensamentos, substituindo autocrítica por mensagens mais construtivas. Pensar demais ou de forma acelerada pode sabotar a sua energia. Como você fala com alguém que você ama? Com cuidado e gentileza, não é mesmo? Mas note a maneira que você fala de si mesmo. E não estou incentivando a autopiedade ou vitimização, mas o resgate de uma conversa com alguém que é você mesmo, para que esse diálogo seja franco, mas não cruel. Ninguém quer estar perto de pessoas grosseiras e rudes. Quando falar consigo mesmo, diga palavras como isso já passou e agora tenho que reconstruir uma nova vida, ou posso não ter conquistado até agora, mas nunca é tarde para recomeçar. Ou estou frustrado, mas isso não vai me prostrar. Transforme pensamentos destrutivos. Isso não é pensamento positivo, mas mudanças químicas do cérebro que pouco a pouco muda o seu modo de agir. Quando alguém estiver cansado, simplesmente descanse. Jamais diga a si mesmo que é um fracasso. Fale consigo mesmo com carinho e gentileza. Silêncio estratégico. Faça uso do silêncio estratégico. Imagine por um momento que sua mente é uma caixa de som que ficou ligada por horas sem parar. Uma hora, essa caixa esquenta, começa a distorcer o som, perde a qualidade. A gente faz isso com a mente todos os dias. Pensamentos contínuos, preocupações, notificações e obrigações. O silêncio estratégico, como o próprio nome diz, não é simplesmente ficar em silêncio, é deliberadamente criar um espaço para a mente respirar. Sabe aquele instante em que você desliga o celular, olha pela janela, toma um café sem pressa? Então, isso conta. E é nesses micro silêncios que o cérebro reorganiza o que está fora de lugar. É como apertar um botão invisível de reset mental. Não precisa de muito tempo. Começa com um minuto, depois dois, depois cinco. Você vai perceber que o mundo continua lá, mas a sua mente volta mais leve. Algumas pessoas fazem isso no banho, de 20 minutos, sem perceber. Não é que você passou 20 minutos tomando banho, mas é o momento em que sua mente se reorganiza. Mas não precisa gastar esse tempo embaixo do chuveiro. Você pode sentar no quintal de casa ou em um parque arborizado e simplesmente contemplar o horizonte. Pratique o autocontrole emocional. Autocontrole emocional não é sufocar sentimentos, é ter capacidade de observar o que está acontecendo dentro de você sem ser engolhido por isso. Pensa assim, existe a emoção e existe você que observa a emoção. São duas coisas diferentes. Com essa perspectiva, você deixa de ser refém do pensamento acelerado e passa a ter escolha. É como estar em um carro desgovernado e, de repente, encontrar o volante nas mãos. Você percebe que a irritação chegou, que o medo apareceu, que a ansiedade bateu na porta, mas você decide como reagir. Essa prática diária constrói uma espécie de musculatura emocional. Você vai tropeçar nos pensamentos, claro, todo mundo tropeça, mas aos poucos você começa a perceber: opa, hoje eu fui menos reativo do que ontem, e isso já é uma vitória. Escreva suas preocupações. A mente tem um talento incrível para transformar pequenas preocupações em monstros gigantescos, especialmente quando ficam soltali dentro sem forma e sem nome. Quando você escreve, algo mágico acontece. O que era nebuloso se torna concreto. O que era gigante ganha contorno e tamanho real. E principalmente o que estava te apertando por dentro sai da sua cabeça e vai para o papel. É como tirar um peso da mochila. Às vezes, você escreve três linhas e descobre que aquilo que te consumir a manhã inteira levaria cinco minutos para resolver. Outras vezes percebe que não é solucionável agora. Mas tudo bem, você pode resolver depois. A escrita organiza a alma. Crie metas pequenas e claras. Muita gente não vence a preguiça ou a ansiedade porque coloca metas enormes demais para o momento em que está vivendo. Mas a vida não muda com metas grandiosas. Muda com passos pequenos, consistentes e claros. Em vez de dizer vou organizar minha vida inteira, tente. Hoje vou arrumar só a gaveta de cima. Vou fazer dez minutos de exercício. Vou escrever dois parágrafos. O coro da música Aleluia de Hendel possui 94 compassos. Mas para começar a tocá-lo, tudo o que você precisa é alcançar a primeira nota, o ré. Quando você aprende o primeiro compasso, percebe que há uma lógica, uma simetria que se repete ao longo da obra. Olhar para todos os 94 compassos de uma vez pode desanimar qualquer um. Mas se você dividir o estudo em blocos e avançar passo a passo, tudo isso muda. O mais importante é simplesmente começar. Cada pequeno avanço abre caminho para o próximo. Metas pequenas criam vitória rápida. Vitória rápida cria motivação. Motivação cria movimento. E é o movimento, não a intensidade, que derrota a procrastinação. Desacelere a sua vida. Hoje está todo mundo cansado. Não é porque faz demais, é porque pensa demais. É tanto estímulo que parece que estamos sempre atrasados, sempre devendo, sempre correndo atrás de um relógio invisível. Desacelerar não é preguiça, é sobrevivência emocional. E quando você decide caminhar um pouco mais devagar, mastigar mais com calma, responder com mais paciência, falar menos e sentir mais, você está, então, no caminho certo. Ao desacelerar, você recupera energia, recupera a presença, recupera você. E começa a perceber que quando a mente acalma, a vida fica muito mais clara. Uma vez eu fui andar de caiaque com alguns amigos aqui em um rio nos Estados Unidos, todos competitivos. Uma vista linda, algo realmente de tirar o fôlego. Mas como éramos muito competitivos, iniciamos uma corrida de caiaque. Ofegante, passávamos por quem estava à nossa frente em uma corrida maluca. Mas quando eu passei por um americano, ele disse algo para mim. You are missing the point, foi o que ele disse para mim. Você não entendeu o propósito de um passeio de caiaque. Foi mais ou menos isso que ele quis me dizer. Aquilo me acertou em cheio. Eu não estava contemplando a natureza, não estava ouvindo o barulho das correntesas, não estava vendo os passarinhos de galho em galho, os peixes, não pude respirar contemplando algo que não vejo todos os dias. Não registrei com fotos ou vídeos aqueles momentos. Não conversei calmamente com um amigo enquanto a correnteza nos levava. É, I missed the point, porque eu estava acelerado, desacelere. Eu aprendi uma lição ali. Cuide da sua autoestima emocional. Autoestima não é olhar no espelho e dizer sou incrível. É algo mais profundo, é reconhecer o seu valor, mesmo quando você erra, é saber que seus defeitos não anulam as suas qualidades, é ter coragem de tratar com respeito a você mesmo, mesmo nos dias difíceis. A autoestima emocional te constrói assim, celebrando pequenas conquistas, perdoando seus tropeços, reconhecendo o que você está tentando, se permitindo descansar e lembrando que ninguém precisa ser perfeito para ser digno. Quando você fortalece a sua autoestima, a preguiça diminui, a ansiedade perde força e a vida começa a ter cor de novo. Bom, talvez você esteja hoje travando aquela batalha silenciosa contra a ansiedade, contra a preguiça, contra essa sensação de que você nunca está no ritmo certo. Talvez você se cobra demais. Talvez você se compare demais. Talvez você sinta que poderia estar fazendo muito mais. E eu quero que você respire fundo, porque você está indo melhor do que imagina. A verdade é simples, você não precisa ser perfeito. Você só precisa continuar. Cada passo conta, cada tentativa importa, cada pequena vitória que você quase nem percebe está construindo a sua força por dentro. E mesmo quando parece que você está parado, você está evoluindo. Porque ouvir, refletir, tentar, tudo isso já é movimento, já é progresso, já é você se levantando, mesmo quando a mente tenta te puxar para baixo. Hoje eu quero que você se lembre de algo poderoso. Ninguém vence a ansiedade em um único dia. Ninguém destrói a preguiça num passe de mágica, mas todo mundo pode começar com um gesto pequeno. Um minuto de silêncio estratégico para reorganizar o caos interno. Uma respiração consciente quando o pensamento acelerar. Uma verdade escrita no papel para aliviar o peso. Uma meta simples conquistada. Tão simples que você pode cumprir, inclusive agora, nesse momento. E quando você faz isso, algo extraordinário acontece. Você percebe que não está à mercê da sua mente. Você está no comando, você está construindo uma nova história. Uma história onde você se respeita, se entende e se apoia, onde você desacelera, mas não desiste. Onde você descansa, mas não abandona, onde você começa pequeno para crescer grande. E olha, talvez você ainda se sinta intimidado olhando para tudo o que quer alcançar. Mas deixa eu te lembrar um segredo. Ninguém escala uma montanha olhando para o topo. Se escala olhando para o próximo passo. E você só precisa disso - o próximo passo. Só um. É assim que você vence. É assim que transforma uma vida. Um movimento pequeno, repetido com coragem. Então antes que você saia desse episódio, eu quero te pedir algo. Escolha agora um único gesto para você fazer hoje. Só um. Organize um canto da sua mesa, por exemplo. Caminhe em cinco minutos, beba água com intenção. Feche os olhos por 60 segundos. Qualquer coisa, mas faça, porque esse gesto é o símbolo da sua virada. É a prova que você está no jogo, de que você está vivo e de que você está crescendo. Eu acredito profundamente em você e quero que a partir de hoje você comece a acreditar também. O mundo pode tentar te distrair, sua mente pode tentar te sabotar, mas existe uma força dentro de você que não falha, a força de recomeçar. Use essa força, honra esse momento e continue. Um passo, depois outro e depois outro. E acima de tudo, Deus está ao nosso lado, Ele é o nosso condutor, Ele é o maestro dessa orquestra. Eu sou músico, preciso aprender a tocar o meu instrumento, que é a minha mente. Não fique refém da sua própria mente. Você tem o comando, você pode mudar, você só precisa olhar para cima e dizer, Deus preciso da sua ajuda. Lembre-se, um passo de cada vez. Obrigado por caminhar comigo até aqui. Cuide de você, cuide da sua mente e lembre-se, você é muito mais capaz do que pensa. E se você quiser nos seguir, você pode nos seguir no Instagram, arroba Podclassio, arroba podclassio. E se você quiser mandar um WhatsApp pra mim um nove sete oito três zero nove dois sete, um nove sete oito oito três meia zero nove dois sete. Esse foi mais um episódio do seu podcast. Pode crer.

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